OS 4 ENSINAMENTOS PARA MOISÉS

POR JOSENILSON FÉLIX
OS 4 ENSINAMENTOS PARA MOISÉS

"Tira as suas sandálias dos teus pés porque o lugar em que estás é terra santa..." Êxodo 3:5- 


INTRODUÇÃO

Quando observamos os homens que Deus usou nos tempos bíblicos percebemos que antes de delegar uma função, Deus os preparou para exercê-la, e utilizou conhecimentos e recursos que esses homens já possuíam.

Quando Deus usou Moisés para libertar o seu povo da escravidão do Egito, peregrinando pelo deserto quarenta anos no Egito para que conhecesse bem aquele povo, sua cultura, suas crenças. Depois fez com que ele vivesse outros quarenta anos no deserto de Midiã para se familiarizar com aquele ambiente.

Antes de usá-lo como libertador Deus ensina Quatro lições a Moisés:

PRIMEIRA LIÇÃO

1-     Êxodo 3:5- “Tira as suas sandálias dos teus pés porque o lugar em que estás é terra santa...”

O que Deus queria ensinar a Moisés é que na sua presença o homem precisa mudar a forma de caminhar, as sandálias velhas e poeirentas de Moisés simbolizam o caminhar do homem neste mundo, ele vai onde quer, caminha segundo a sua própria  vontade. Na presença de Deus é diferente, o homem que deseja servi-lo deve segui-lo. Em  I João 2:6, lemos que aquele que diz que está Dele também deve andar como Ele andou.

SEGUNDA LIÇÃO

2-     O segundo ensinamento de Deus para Moisés  vem em seguida, quando ele vê um arbusto em chamas, porém o fogo não o consumia.

Arbusto seco e retorcido pegando fogo no deserto era comum e logo viravam cinzas e se misturavam com o pó do chão, mas aquele era diferente, ele não era consumido. O que Deus queria mostrar ao seu servo é que aquele arbusto é símbolo do homem. O homem virando pó acontece todo dia, todo dia morre alguém, porque somos frágeis, hoje estamos aqui, amanhã embaixo da terra. Mas  aquele arbusto era diferente, ele não se consumia, mostrando que o fogo do Espírito Santo de Deus arde na vida do homem, o homem será conservado em meio ao calor do deserto que é este mundo.

TERCEIRA LIÇÃO

3-     Moisés era pastor de ovelhas e usava uma vara de madeira no seu trabalho com o rebanho. Deus manda que ele jogue a vara no chão, e ao fazê-lo, esta se transforma em uma cobra e Moisés foge dela. Deus manda que ele pegue a cobra pelo o rabo, e ela volta a ser útil instrumento na condução do rebanho.

O que Deus queria mostrar a Moisés era que aquela vara de madeira é como homem nas mãos do Senhor, o Sumo Pastor. O homem é um instrumento útil para o rebanho, para a igreja, mas o homem no chão, caído deixa de ser um instrumento na mão de Deus (vara de madeira) e passa   a ser alvo do adversário (cobra).  Moisés guardou esse ensino.

QUARTA LIÇÃO

4-     O último ensino de Deus para Moisés foi aquele onde mais ele foi provado.  Deus ordena que ele ponha a mão no peito, e essa se torna leprosa, ao tirá-la ela fica sã.

Na bíblia a lepra simboliza o pecado, o ato de por a mão no peito, representa agir (mão) com o coração (peito). Quando agimos com o coração pecamos. Em Jeremias 17:9 lemos: “Enganoso é o coração”. Nas coisas espirituais, nós não podemos agir por sentimento. Quantos homens de Deus pecaram porque tomaram as dores de alguém da família, ou ficaram com pena de alguém e acabaram errando, e tantas outras situações .

Moisés aprendeu tão bem essa última lição que quando seus sobrinhos pecaram e foram fulminados por Deus, ele sequer chorou, e advertiu o pai que fizesse o mesmo (Levítico 10:6). Quando seu irmão Arão se envolve no episódio do bezerro de ouro (Êxodo 32:21) foi repreendido duramente por Moisés. Quando Miriam sua írmã fica leprosa , ele só ora por ela a pedido de seu irmão Arão (número 12:11-13).

CONCLUSÃO

Se você deseja ser usado por Deus, realizar o projeto que Ele tem para sua vida aprenda essas quatro lições, e como Moisés, você será um instrumento usado por Deus  para uma grande Obra.


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O CENTURIÃO

POR JOSENILSON FÉLIX
O CENTURIÃO

"Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados sob o meu poder, e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz". Lucas 7:8

Quando nós abrimos a Palavra de Deus à primeira coisa que encontramos é a Graça. É impossível entender o evangelho sem o entendimento verdadeiro da graça de Deus que está presente em toda a sua Palavra. Ao olharmos para a descrição bíblica feita a acerca deste homem no evangelho de Lucas, logo percebemos que se tratava de alguém importante, pois o mesmo era um Centurião e mais que este possuía inúmeras virtudes que podiam ser verificadas por todos. 

Todavia essas virtudes não o tornavam uma pessoa autossuficiente, mas pelo contrário o fez entender que era necessitado e dependente da Graça de Deus em sua vida. 

Quanto às virtudes presentes na vida do centurião que norteavam e pautavam a sua vida e o seu caráter, podemos enumerar algumas:

Era centurião - como centurião comandava cem soldados ou uma centúria. Portanto, tinha uma posição de comando e poder; estimava muito o seu servo - o amor ao próximo, preocupado com o bem estar do seu criado; ama a nossa nação - amor pelo seu povo (a pátria); edificou a sinagoga - zelava pelas coisas que envolviam a fé do seu povo, e por fim era humilde ao confessar que não era digno de receber benefício algum do Senhor.

Mais adiante este homem demonstra o elemento da fé, e talvez alguns possam até afirmar que este elemento o tornava merecedor da benção e de fato concordamos que a fé move o nosso Deus em favor do homem, concedendo assim, a sua benção. Porém vale ressaltar que a fé não emerge do homem e sim da eternidade, ou seja, provém de Deus para a vida do homem, pois é Deus quem nos vocaciona a crer nele; logo a fé foi concedida pelo Senhor ao centurião, sendo a mesma oriunda da graça.  

Era realmente um homem notável sobre vários aspectos, porém um pobre e necessitado do Senhor uma vez que essas virtudes não alteravam o quadro existente que confirmava a sua impotência: o seu servo continuava: doente, e moribundo.

E QUANDO OUVIU FALAR DE JESUS

A decisão de buscar o socorro, uma ajuda, só foi tomada por este; quando chegou aos seus ouvidos uma informação que dizia respeito acerca de um certo Jesus cujo a fama se espalhava velozmente pelas províncias e regiões, e uma vez tendo tomado ciência do poder do Senhor, o centurião enviou-lhes alguns anciãos dos judeus para que Jesus viesse e curasse o seu criado.

ENVIOU-LHE UNS ANCIÕES DOS JUDEUS

O que é interessante notarmos é que estes que foram enviados pelo centurião, o foram na condição de portadores de um pedido, de uma súplica que havia no coração do centurião para que Jesus viesse e curasse o seu criado. Todavia, estes (anciãos dos judeus) fizeram um adendo (acréscimo) àquilo que foi a súplica original do centurião. Qual foi a súplica original do centurião? Que Jesus viesse e curasse o seu servo; mas onde está o adendo? “E chegando eles junto de Jesus, rogaram-lhe muito, dizendo: é digno de que lhes concedas isto”. Meus irmãos esses adendos ou acréscimos que são feitos pelos homens, embora pareçam insignificantes ou até mesmo ingênuos, na verdade se constituem num grande problema, pois acabam mudando, alterando a mensagem inicial (original) como também mudava a condição daquele que havia feito a súplica de devedor, dependente e necessitado da benção do Senhor a alguém que agora era credor e merecedor da benção do Senhor, o que representa uma inversão de valores na relação do homem com Deus, numa hierarquia equivocada onde Deus precisa do homem e não o contrário.

Queridos a nossa condição diante de Deus é, e sempre será a condição de necessitados da sua graça, da sua misericórdia e do seu poder em nossas vidas. Somos servos e não senhor. Quando João Batista foi indagado pelos judeus para que João falasse e definisse acerca de si mesmo, sendo arguido nesses termos: “és tu o Cristo? Eu não sou o Cristo. És tu Elias? Não sou. És tu profeta? Não.  A sua resposta final foi “eu sou a voz do que clama no deserto”,ou seja, eu sou apenas uma voz (João 1:19-23)

E FOI JESUS COM ELES

Quando Jesus decidiu ir à casa do centurião após ouvir aqueles (anciãos dos judeus) que lhe trouxeram o recado da parte do centurião; não foi o currículo invejável e extraordinário deste homem que o moveu, e sim aquilo que o Senhor Jesus conhecia porque ele é onisciente e pode perceber que se tratava de um necessitado da graça e do poder de Deus em sua vida. 

ENVIOU-LHE O CENTURIÃO UNS AMIGOS

Uma vez que Jesus se aproximava da sua casa, o centurião decidiu enviar-lhe outros mensageiros, e diz à palavra que estes últimos eram “uns amigos”, ou seja, eram os mais chegados. Como nada na palavra de Deus é por acaso estes fizeram uma correção à mensagem que os anciãos dos judeus haviam entregado a Jesus, quando naquela ocasião disseram: “é digno de que lhes concedas isto,” agora a palavra dita foi totalmente outra: “Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado. E por isso nem ainda me julguei digno de ir ter contigo...”.

Agora sim, vemos uma mensagem autentica e genuína, sem nenhum adendo ou acréscimo, que retrata verdadeiramente quem é o homem ou quem realmente somos diante de Deus: indignos, falhos, pecadores, pobres e necessitados, sem direito a benção do Senhor. Em Romanos 3:23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”.

Quando o homem vai ao encontro de Jesus a primeira coisa que ele precisa entender é que Jesus é Senhor e como tal não está sujeito ao nosso querer, vontades e desejos, pois se assim o fora ele seria servo e não Senhor. A outra coisa importante foi o reconhecimento de que “não era digno”. Meus irmãos, quem aqui pode se julgar digno das bênçãos que Deus lhes concedeu? Quem pode se julgar digno da salvação? Dos livramentos? Das vitórias? Das curas? Das funções que exercemos na casa do Senhor? Nenhum de nós é merecedor das bênçãos concedidas pelo nosso Deus. 

Portanto, entendemos que tudo em nossas vidas é resultado da graça, do favor imerecido de Deus, que tem suprido a cada dia as nossas almas. Deus não abençoa o homem em função da sua desenvoltura ou do seu bom desempenho; a benção dele não está condicionada a nenhuma virtude que o homem possa demonstra ou exteriorizar como: Ser um bom cidadão, cumprir com os seus deveres para com a sociedade, ajudar os idosos, ser caridoso, etc. Tudo isso é louvável, mas não o tornam merecedor nem digno da benção do Senhor. O profeta Isaías nos diz que: “mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam” (Is 64:6).

Então, o que é a graça? É um ato da soberania e do amor de Deus para com o homem. Pois, sempre foi o desejo de Deus fazer o homem conhecedor e participante da sua graça, fazendo com que este entenda o quanto é amado por Deus.

CONCLUSÃO

É natural que os homens ao longo da sua existência busquem para si adjetivos que valorizem a sua condição como homem, para isso, não faltam títulos e honrarias. Mas existem predicados que no aspecto humano são atribuídos aos homens, visto que o que se leva em conta se restringem apenas aos parâmetros estabelecidos pela sociedade. Entretanto, no campo espiritual há predicados ou virtudes que por mais que os homens o façam por merecer, jamais poderá atribuí-los a si. A pergunta então é quem é digno? Jesus é o único que é digno de toma para si está honra. Apocalipse 5: 4-9 “... ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele.  E cantavam um novo cântico dizendo: digno és de tomar o livro, e de abrir os selos, porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus...”. Jesus é o cordeiro que morreu para nos salvar e com o seu precioso sangue nos resgatou do pecado e da morte; ele sim é digno do nosso louvor, da nossa glorificação. I Pe 3:18 "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para nos levar-nos para Deus...”. O centurião conheceu  a graça, a misericórdia e aquele que é digno, e este é Jesus. Não somos dignos, mas aprouve o Senhor manifestar em nossas vidas a sua graça, abençoando com sua tão grande salvação. 

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A QUARENTENA DE NOÉ

POR SAULO BAZONI
A QUARENTENA DE NOÉ

“Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra.” Gênesis 8:8

Noé e sua família estavam dentro da Arca, vivendo em isolamento, enquanto as águas do dilúvio inundavam o mundo.

Do lado de fora da Arca havia desespero, morte, destruição. Mas do lado de dentro da Arca havia alívio, vida, esperança. Deus projetou a Arca para salvar Noé e sua família.

Estamos passando por dias de isolamento, sujeitos as tribulações, mas da mesma forma que Deus projetou a Arca para salvar Noé e sua família, Ele também projetou a salvação para nós em Cristo Jesus, por isso não devemos temer o futuro, pois em Jesus há esperança da vida eterna.
“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.” (2 Coríntios 4:8).

Não havia janelas laterais na Arca, mas apenas uma janela na parte de cima. “Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima” (Gênesis 6:16).

Portanto, a visão que Noé tinha era apenas através de uma janela aberta para os céus. Talvez muitos poderiam desacreditar de um projeto sem janelas laterais. Mas apenas uma janela bastava para Noé, a Janela aberta para os céus.

E nesse período tão difícil de pandemia, é para os céus que o nosso olhar precisa está direcionado, para o alto, para Deus. 
“Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;” (Isaías 45:22).

No texto abordado, Noé abriu a janela e soltou uma pomba, para que a pomba trouxesse resposta acerca da diminuição das águas do dilúvio.
“Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra.” (Gênesis 8:8).

A bíblia registra que a pomba é tipo do Espírito Santo. 

Noé tomou posse de uma pomba para obter resposta acerca do que estava acontecendo no mundo. É tempo de nós também tomarmos posse do Espírito Santo, pois nele encontraremos a resposta, a direção, a solução para todos nossos anseios. 
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 2:29).

Noé não sabia quando as águas do dilúvio diminuiriam, mas ele confiou que a pomba traria a resposta.

Nós também não sabemos quando essa pandemia irá acabar, mas temos a certeza de que o Espírito Santo trará respostas, ele é quem nos leva a Jesus, consola as nossas almas, intercede por nós.

Deixe que o Espírito Santo assuma o controle, encha-se dele.

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ENTRE A TENDA E O ALTAR

POR ELZIO LUIZ PEREIRA
ENTRE A TENDA E O ALTAR

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei (...) E moveu-se dali para a montanha á banda do Oriente de Betel, e armou a sua tenda, tendo Betel ao ocidente, e Ai ao Oriente; e edificou ali um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor ” (Gênesis 12: 1 e 8)

INTRODUÇÃO

Ao abrir o primeiro livro do Antigo Testamento, encontrar-se-á uma narrativa na qual se vê, em sua maior parte, a história de sete patriarcas (Abel, Enoque, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e José), numa sintonia intrigante em conexidade com a história da igreja contemporânea, marcando, com alegorias, símbolos e tipos a doutrina e a história da redenção humana, pelo sacrifício de Jesus, por administração do Espírito Santo, encontrada em o Novo Testamento, máxime porque em Hebreus 10, encontrar-se-á a assertiva segundo a qual a lei é a “sombra dos bens futuros” (Hb. 10:1). Deveras, aqui não será palco para essa dissertação. O que se há de trazer nesse pequeno espaço, é um detalhe da vida de um desses patriarcas: Abraão.

A ORDEM DO SENHOR

Naquele momento histórico e veterotestamentário, no início da era patriarcal pós-diluviana, Deus apareceu a Abrão, em Ur dos Caldeus (Caldéia), terra idólatra, e emitiu um quádruplo comando, convidando-o para sair do “conhecido” e ir para o “desconhecido”, chamado no qual prescreveu: 1) “sai-te da tua terra”; 2) “... da tua parentela”; 3) “... da casa de teu pai” e vai 4) “para uma terra que eu te mostrarei”, comando divino para o qual Abraão não atentou, totalmente, seguindo o seu coração, obedecendo apenas ao primeiro comando: “sai-te da tua terra”. Contudo, na saída, levou consigo o seu pai Tera (levou a “casa de seu pai”) e levou seu sobrinho Ló (levou a “sua parentela”). Tudo indica que ele deveria levar apenas Sarai, sua esposa. Decerto, Abrão, num primeiro momento, intentou materializar, simbolicamente, a adoração e essa não era a vontade de Deus. Isso ele veio a entender mais adiante.

Com a desobediência de Abrão à ordem do Senhor, ele não chegou muito longe, até que o outro comando foi cumprido independentemente da vontade de Abrão, quando o seu pai, Tera, morreu em Harã (cap.11: 32), instigando Abrão a prosseguir a sua peregrinação, aos setenta e cinco anos de idade (v.4). Necessário se fez a morte de Tera, sem a qual a profecia não se cumpriria na vida de Abrão. Passou, num momento seguinte por Siquém (do hebraico: “ombro”, nas montanhas de Efraim, até ao carvalho de Moré (um dos significados é: “mestre”) (v.6). Então, Abrão deveria confiar e debruçar-se nos “ombros” do Pai, tendo-o como o seu “Mestre”.

A BOA ESCOLHA

Nessa linha de raciocínio, urge ressaltar que, mais adiante, no capítulo treze, versículos de sete a doze, Abraão, após uma contenda entre pastores de ovelhas, separou-se de Ló, Nesse episódio da separação, Ló escolheu, portanto, seguir para as campinas no Oriente, indo para Ai (em direção a duas cidades que mais tarde seriam destruída: Sodoma e Gomorra) e Abraão, por outro lado, em sentido diametralmente oposto, escolheu o Ocidente, caminhando em direção à Canaã. Assim é que, o ser humano abraça as suas escolhas e nesse processo, às vezes escolhe o caminho mais fácil “campinas”, mas Abraão fez uma boa escolha, conquanto fosse montanhosa a vereda que abraçou.

O ENSINO DE DEUS AO COLOCAR E TIRAR UMA LETRA DO NOME

Como um parêntesis que aqui se abre, significativo registrar que até então, o seu nome era Abrão e o de sua esposa era Sarai, pois que no capítulo dezessete desse mesmo livro bíblico, o Senhor altera o nome hebraico de Abrão para Abraão (cap.17: 5) e o de sua esposa Sarai para Sara (cap.17: 15), de sorte que Deus acrescentou uma letra ao nome de Abrão. Deus não tira, mas acrescenta a Abrão a letra Hei, esta é a letra que representa a vida, e seu valor numérico é 5. Deus vai retirar da sua vida e vai inseri-la em Abrão.

Sarai teve que aprender a não interferir no projeto de Deus. Foi necessário que o Senhor tirasse o yod que vale 10 e em seu lugar inserisse o Hei que vale 5, mas que é a representação da vida. E foi isto que aconteceu que o Senhor visitou Sara e ela concebeu a Isaque. Nessa alteração, o significado do nome patriarcal passa de Abrão = “pai exaltado”, para Abraão “pai de uma multidão”. Então, de uma individualidade egocêntrica (“pai exaltado”) a sua identidade é transmudada para uma coletividade (“pai de uma multidão”), proporcionando uma idéia de “corpo”.

De seu turno, o nome de Sarai, cujo significado, no hebraico é “querelante, a que se queixa”, tornou-se, doravante, Sara, cujo significado é “princesa”, alterando, destarte a sua identidade nominal, fato que, nos tempos bíblicos, era importante, uma vez que marcava a identidade social e pessoal.

O CHAMADO É PELA GRAÇA

Com efeito, o texto ora sob comento, retrata um chamado, mas um chamado diferente: o chamado de Deus na vida de um homem! E a salvação é a revelação da Graça oriunda de um chamado dirigido ao pecador, o qual responde pela fé, dentro da Aliança. Naquela ocasião Abraão vivia em Ur dos Caldeus, uma cidade dedicada a Nanar, o deus-lua e o Senhor pretendia que Abraão conhecesse o verdadeiro “Sol da Justiça”, Aquele que possui Luz própria! E Abraão não havia feito nada por merecer, pois a Graça é dom gratuito de Deus; não é recompensa. Vai dizer Jesus, em João 15:16: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros”.

Ao contrário do comando de Deus, Abraão levou consigo o pai e o seu sobrinho Ló, E isso causou uma série de problemas, pois Deus pretende operar um novo nascimento na vida do pecador, de sorte que ele deve deixar a sua velha natureza (simbolicamente, o “pai”), abandonando os seus costumes antigos. Decerto, a jornada da fé, reclama o abandono total do profano, do passado que já não existe, em separação, apartando-se do mal para uma dedicação total àquilo que é santo.

SEMPRE HÁ UM PROPÓSITO DE DEUS

Após a morte de Tera, pai de Abraão, na localidade denominada Hará, Abraão teve que sair daquela terra da morte de seu pai, pois Deus o instigara a prosseguir a peregrinação com a sua “princesa” para uma terra cuja localização não foi revelada para aquele patriarca, de modo que ele deveria andar pela fé, confiante em Deus, sem indagar do Senhor acerca dos caminhos pelos quais Deus o levaria e o atravessaria. Então, não se pergunta: “por quê?”, mas “para quê?”. Sempre há um propósito de Deus nos acontecimentos, ainda que o ser humano não entenda momentaneamente. Fé exige renúncia (até de dogmas religiosos) e compromisso do adorador.

Sem embargo, houve um momento, na vida daquele casal, que surgiu a necessidade de deixar Harã, terra da morte, rumo à terra de Canaã (do hebraico: “plano”), nome dado a um neto de Noé, que também enfrentou um “êxodo”, porém diluviano. Deveras, a Bíblia não relata a longa jornada de Abraão de Hará para Canaã, porque o destino era mais importante, pois o destino do servo de Deus é a Canaã celestial. Contudo, houve um momento em que teve que enfrentar os cananeus.

OS ENFRENTAMENTOS 

Às vezes, Deus leva os seus servos ao lugar de seus conflitos internos (“cananeus”), para o lugar de seus maiores, temores, com a finalidade de enfrentar, sem medo, num exercício de fé, os “fantasmas” que assombram o coração humano em suas aflições. A par disso, houve um trecho da caminhada, descrito no versículo oito, como o texto em epígrafe, rico em detalhes, que os olhos se voltam, aqui e agora, para algo interessante, conforme se verá adiante.

A TENDA E O ALTAR

Quando se percebe atentamente os rumos e os passos que Abraão adotou, verificar-se-á que dois elementos altamente significativos sempre acompanhavam Abraão ao longo de sua caminhada com a sua querida esposa. Fosse onde fosse lá estava aquele destemido patriarca acompanhado de dois importantes elementos que marcaram brilhante e simbolicamente a sua vida nômade: a tenda e o altar. Quem quisesse seguir Abraão, em seus rastros e encontrá-lo em sua caminhada deveria seguir a tenda e o altar. Tal é a marca do servo de Deus, no mundo contemporâneo: “a tenda e o altar”. Entrementes, esses dois elementos, a rigor, se contrastavam. Essa dicotomia intrigante fazia parte da vida de Abraão.

A TENDA 

Ao volver o olhar para a “tenda” ter-se-ia que admitir a efemeridade da vida humana, uma vez que ela revela o estado de “peregrino” com o qual o servo de Deus convive, sabendo que aqui não é o seu lugar Na eternidade, ao lado de Deus é o seu lugar. Isso indica que o crente em Jesus é um cidadão do céu. Aqui ele está de passagem. Curioso, a propósito, que dois verbos se ligavam aos dois elementos. À “tenda” se ligava o verbo “armar”; ao “altar” se ligava o verbo “edificar”.

Para o verbo “armar”, existe o oposto “desarmar”. Contudo, para o verbo “edificar”, não existe o “desedificar”; existe o “destruir”, de sorte que a “tenda”, cujo simbolismo leva o crente a entender o seu estado passageiro, era armada e desarmada onde quer que Abraão fosse e passasse. Assim é o servo de Deus, ele vai armando a sua “tenda” aqui e ali, ele vai construindo a sua vida, com as escolhas que faz, ao longo de sua caminhada, mas a tenda é presa no chão por cordas e amarras. Tais são as conquistas do homem nesta vida: passageiras. Ele adquire família, adquire bens, alcança posições sociais, faz os seus negócios etc. Assim, ele vai “armando e “desarmando” a sua tenda, mas não pode esquecer-se de edificar um altar ao Senhor em cada local de passagem.

O ALTAR

Detalhe a ser registrado é que a tenda era “de Abraão” (havia o pronome possessivo), mas o altar; não. O altar era exclusivo do Senhor! Não podia ser “desedificado” ou “destruído”. O altar não era preso ao chão por cordas! Era erigido para o alto, com pedras sobre pedras! Assim é que, o altar “sussurrava nos ouvidos de Abraão” que ele era cidadão do céu e adorava a um Deus vivo! Nesse sentido, Wiersbe, em excelente obra literária acentua:

“Abraão testemunhava a todos que era separado deste mundo (a tenda) e consagrado ao Senhor (o altar). Sempre que Abraão abandonava sua tenda e seu altar, metia-se em apuros”.

Entrementes, num dado momento daquela jornada abraãmica o patriarca se coloca entre duas localidades: Betel a oeste e Ai a leste (cf. Gn. 12:8) e para um discernimento da mensagem que se pretende transmitir, em linguagem simbólica e figurativa, tal como a doutrina transmitida pelo Senhor Jesus, através de parábolas, há de se mergulhar no sentido etimológico dos nomes com os quais as cidades foram rotuladas.

“Betel”, cidade da Palestina, a oeste de Ai, ao sul de Silóe e perto de Macmás, em seu étimo hebraico (bete, nome da segunda letra do alfabeto hebraico, significa “casa” e El, do hebraico, significa “Deus”), significa, portanto, na junção: “Casa de Deus”. “Ai”, de seu lado, significa, em hebraico: “montão, ruínas”. Há momentos, na vida do ser humano, em que ele está entre “Betel” e “Ai”, de maneira que só ele pode estabelecer a escolha que vai abraçar em sua vida. Ou vai para os caminhos do Senhor ou vai para um caminho de ruínas.

“O altar e a tenda dão-nos os dois grandes traços do caráter de Abraão: adorador de Deus e estrangeiro na terra”. Sob esse viés, é importante lembrar de que quando o texto bíblico se refere à tenda, insere o pronome possessivo “sua”, vale dizer, a tenda era de Abraão, pois ele a confeccionava segundo a sua medida, segundo a sua vontade e seus modelos mentais. O altar, não! O altar não era de Abraão; ele era de Deus! Então, deveria seguir, tão só, o modelo de Deus!

Quando Abraão se deslocava, desmontando o acampamento, ele desmanchava a sua tenda e a colocava em seus ombros, mas o altar ficava edificado; ele não o destruía, nem era suscetível de “desmontagem”. Quando vendavais sopravam por aquelas bandas palestinas, os vestígios da tenda eram jogados à poeira do tempo; o altar, não; o altar permanecia! A tenda era uma montagem portátil que Abraão possuía e a carregava junto de seu corpo. O altar era plantado em cada ponto da caminhada como um monumento de adoração em gratidão ao Senhor Todo-Poderoso, onde Abraão se curvava, com o rosto em terra e o levantava, juntamente com as suas mãos, em reverente atitude de adoração.

No versículo oito, ora palco dessa singela incursão teológica, verificar-se-á que Abraão fincou uma bandeira no coração da terra prometida e, segundo Kidner, em sua obra literária , “pôs às claras que o mando do Senhor impera em toda parte”, e acresce: “e há ênfase no contraste existente entre armou e edificou, no primeiro caso, para si próprio; no segundo, para Deus. As únicas estruturas que deixava para trás de si eram altares; nada que lembrasse as suas riquezas”. Que maravilha!

Naquele local de decisão – entre Betel e Ai – Abraão “armou a sua tenda”, conforme assevera o texto ora sob olhar investigativo, mas o referido verso bíblico veterotes tamentário, conclui: “e edificou ali um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor”. Não apenas “edificou”, juntando pedras no sentido vertical, em direção ao alto, mas “invocou” o Grande Nome do Senhor! Sua atitude era dinâmica! Fez menção dEle em seu viver. Abraçou a fé e alcançou o favor do Senhor.

CONCLUSÃO

Entanto, é hora de concluir e neste momento reflexivo e conclusivo, uma série de indagações deve ficar aqui registrada: em que lugar estamos armando as nossas tendas? Temos feito boas escolhas com as quais temos escrito a nossa história de vida, de nossa existência? Será que temos entendido que somos, como crentes, “nômades” em terra emprestada, em terra estranha? Temos entendido que somos cidadãos das moradas eternas e estamos para lá caminhando? Mas, sobretudo, temos edificado altares que nunca se apagarão? Temos deixado boas marcas a serem seguidas? Ou, antes, temos deixado apenas vestígios insignificantes de tendas? Temos invocado, em nosso viver, o nome do Senhor dos Exércitos?

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TESTEMUNHO DE JOSÉ

POR JOSENILSON FÉLIX
TESTEMUNHO DE JOSÉ

Salmos 81: 5-6 “Ordenou-o em José por testemunho, quando saíra pela terra do Egito, onde ouvi uma língua que não entendia. E tirei dos seus ombros a carga...”.


INTRODUÇÃO

O propósito de Deus sempre foi levar o homem a entender e viver o seu projeto de salvação. Todas as operações realizadas por Deus no velho ou na Antiga Aliança apontavam profeticamente para aquilo que se daria mais tarde no Novo Testamento ou na Nova Aliança e que acompanhará a Igreja fiel até o seu arrebatamento.

No velho testamento as coisas são apresentadas em forma de figuras, símbolos e alegorias, são como “sombras das coisas futuras”, tratando-se na verdade de um protótipo daquilo que o Senhor tem e continua realizando na vida do homem ao longo dos séculos. Neste salmo é feito menção de José, que foi um dos filhos de Jacó, também conhecido como José do Egito, embora este não tenha nascido lá, e sim nas terras das peregrinações do seu pai Jacó (Padã- Harã). José é uma das figuras mais perfeita de Jesus no velho testamento em razão de tudo que envolveu a sua vida, traçando uma série semelhanças com aquilo que ocorreria profeticamente com Jesus. 

ORDENOU-O EM JOSÉ:

Portanto, José naquilo que não pecou tipifica o Senhor Jesus, ou seja, Deus ordenou (estabeleceu) no seu filho amado Jesus todo o seu projeto para resgatar a vida do homem livrando este da condenação e da morte eterna. 

POR TESTEMUNHO:

Por que por testemunho? Jesus foi o testemunho fiel do amor do Pai pelas nossas vidas. Quando Jesus verteu o seu sangue na cruz do calvário, ali estava o testemunho de um projeto que Deus programou na eternidade para salvar o homem.

QUANDO SAIRÁ PELA TERRA DO EGITO:

Hoje entendemos com clareza que foi o Senhor quem nos tirou deste mundo, visto que assim como Israel no passado não tinha meios para escapar das garras de Faraó que os oprimia, assim se deu conosco, pois Deus nos tirou com mão forte. Um dia os nossos pés palmilharam pelas terras do Egito, experimentamos a aridez, as pedras no caminho, dias difíceis foram para muitos que hoje se encontram na presença do Senhor. Andar pela terra do Egito é andar pelos vários caminhos que o mundo apresenta ao homem: as festas mundanas, os vícios, etc. Não as queremos para nós uma vez que temos uma eternidade que nos espera.

ONDE OUVI UMA LÍNGUA QUE NÃO ENTENDIA:

A voz que um dia ouvimos quando ainda estávamos no Egito (mundo) não atendia aos anseios da nossa alma. Porque no Egito o que ecoava em nossos ouvidos era a voz de Faraó e dos seus subordinados que ditavam para nós as ordens de Faraó. A voz de Faraó nunca trouxe alívio ao povo de Israel no Egito pelo contrário trouxe tão somente dor e aflição. Mas hoje o que ecoa em nossos ouvidos é a doce voz do Senhor e Salvador Jesus Cristo, está sim, traz paz e alegria ao nosso coração, pois a sua voz satisfaz e preenche o vazio da nossa alma.

TIREI: 

O mundo a cada dia está preocupado em aumenta a carga sobre as pessoas e não em aliviar. Por isso, só o Espírito Santo pode tirar o fardo pesado que tem impedido a muitos de caminhar, uma vez que o peso leva o homem a olhar para baixo  e não para as coisas que são do alto. Quanto, maior for à carga mais o olhar do homem se encurva e pende para as coisas terrenas. Entretanto, a operação do Espírito Santo é capaz de proporciona ao homem o alívio que a sua alma necessita para que este continue caminhando com o seu olhar voltado para a eternidade. 

DE SEUS OMBROS A CARGA:

Há da parte do Senhor para com o homem um amor especial, um cuidado, uma atenção jamais vista. Quem aqui já caminhou por algum tempo carregando um peso aos ombros, ainda que por uma pequena distância? Sabem o que acontece naturamente? Aquele peso começa a ferir os ombros, deixando marcas. O peso (carga) do pecado, o peso da angústia, o peso da tristeza, o peso da desesperança, também tem deixado marcas na vida de muitos. Porém o Senhor quer tirar dos seus ombros (da sua vida) todo esse jugo que te faz sofrer, esmorecer, e desanimar; o Senhor tem um jugo diferente para o homem, este jugo que Jesus oferece a todos é um Jugo suave e um fardo leve, que não cansa, não é pesado, pois no jugo e fardo de Jesus estão todas as bênçãos para a nossa alma: a paz, a alegria, segurança, saúde, vitória, salvação. 

AS SUAS MÃOS FORAM LIVRES:

As mãos nos falam do serviço, da nossa instrumentalidade na obra do Senhor, do trabalho que realizamos para o nosso Deus. Antes as nossas mãos estavam aprisionadas ao pecado, mas agora estão livres para servirmos ao nosso Deus com todo o nosso vigor. Estamos a serviço do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

DOS CESTOS: 

As mãos que outrora estavam ocupadas com as coisas do Egito, com aquilo que era para o engrandecimento de Faraó e do seu reino. Agora estão ocupadas com as coisas do Senhor, são mãos que trabalham na Obra de Deus, mãos que trabalham para o engrandecimento do nome de Jesus e do seu reino que é eterno. 

CONCLUSÃO:

Tudo o que Deus projetou na eternidade para a vida do homem, foi ordenado em Jesus. E quando Jesus veio a este mundo, veio para cumprir o que já havia sido programado pelo Pai. A sua missão foi não apenas falar de um reino, mas também testemunhar com a sua vida e morte na cruz da vida eterna que Deus tem para o homem.

Em I JO 5:11-12 nos fala de forma bastante clara acerca do projeto de Salvação: “E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu filho. Quem tem o filho tem a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida”. Ter ou não ter a vida eterna, é uma escolha. Mais saibamos que todas as bênçãos e benefícios oriundos do projeto de salvação, já foram determinados, decretados, e ordenados por Deus em Jesus. 

O Senhor nos alcançou com a sua salvação: trouxe-nos o alívio, a libertação, curou as nossas feridas, e hoje o servimos por amor e gratidão por tudo o que ele fez e continua fazendo em nossas vidas.  

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COMO O JOVEM VENCE SEU GIGANTE?

POR ÁLVARO OSTROSKI


INTRODUÇÃO

O jovem tem muitos gigantes a derrubar em sua vida, o gigante das emoções a flor da pele, o gigante dos estudos, da vida profissional, da vida sentimental, das incertezas e tantos outros que cada um poderá listar.

Para vencer todos estes gigantes que fazem parte da vida cotidiana Jesus deu uma instrução, que é “buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:33

Além de tais gigantes, existe outro que é terrível e que nos afronta todos os dias, e o mesmo se chama desejo carnal, o qual nos levam ao pecado“Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.” Gálatas 5:17

Davi era um jovem que foi corajoso para enfrentar e vencer o seu gigante e com esse estudo queremos lhe encorajar e vencer os seus gigantes. Vejamos como Davi fez para obter a vitória.


CONTEXTO

I Samuel Capítulo 17 registra que Israel estava em guerra contra os Filisteus, estando os dois exércitos acampados e prontos para a batalha. O exército dos Filisteus estava em um campo chamado de Socó e o exército de Israel estava no campo chamado Elá.

Os Filisteus possuíam um grande guerreiro chamado Golias que durante 40 dias toda manhã e toda tarde zombava de Israel propondo que fosse escolhido dentre os israelitas um soldado para lutar com ele. O vencedor, junto com seu povo, dominaria sob os vencidos.

Nenhum dos soldados de Israel tinha coragem de enfrentar Golias. Veja o porquê.


O PODERIO DO GIGANTE GOLIAS

A Bíblia dá ênfase em quem era Golias:

1. Tinha altura de 6 côvados e um palmo [entre 2,70m e 3m] (verso 4) - Guerreiro grande e forte;

2. Usava um capacete de bronze (verso 5);

3. Vestia uma couraça [colete] provavelmente feito de bronze pesando 5000 siclos [ entre 56 e 60 kg] (verso 5);

4. Possuía grevas [caneleiras] de bronze (verso 6);

5. Era protegido por um escudo de bronze (verso 6);

6. Sua lança com ponta de ferro pesava 600 siclos [7,2 kg] (verso 6)


A FRAGILIDADE DE DAVI

Davi a época não havia sido convocado para a guerra, mas certo dia estava no campo de batalhas levando comida a seus irmãos quando escutou a zombaria de Golias e se dispôs a lutar contra o mesmo (verso 32)

A Bíblia dá ênfase em quem era Davi:

1. Mancebo [jovem] (verso 42) - Enquanto Golias era um guerreiro grande e forte, Davi era um pequeno jovem;

2. De gentil aparência (verso 42) - Davi não parecia um guerreiro, diferente de Golias;

3. Tinha um cajado de pastor na mão (verso 40) -  Enquanto Golias tinha uma lança poderosa, Davi tinha um frágil cajado;

4. Usava alforje de pastor [sacola feita de couro presa a cintura usada para guardar dinheiro ou comida] (verso 40) - Enquanto Golias tinha um colete, capacete e caneleiras para o proteger, Davi tinha na cintura um alforge;

5. Não contava com a confiança dos outros (verso 33) -  Enquanto Golias era o grande guerreiro dos Filisteus, Davi tinha a desconfiança de seus conterrâneos;

6. Desprezado (verso 28) - Enquanto Golias era aclamado por seu povo, Davi era desprezado por seu próprio irmão.

Pare um momento e reflita, se você tivesse que apostar em alguém para essa luta, em quem seria?


A FORÇA DE DAVI

Ficou bem clara a grande diferença entre Davi e Golias, a Bíblia não nos informa isso, mas podemos concluir pelas características apresentadas de Davi que ele não deveria pesar muito mais que o colete de Golias (60 kg).

Porém veja qual era a força de Davi:

1. Coragem - Quem é, pois, este incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? 1 Samuel 17:26 

O que era essa luta que Davi enfrentaria em comparação com o Senhor? 

Davi não era corajoso por se achar forte, mas porque o Senhor era com ele. "eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos " 1 Samuel 17:45

2. Confiança - E Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá e pelejará contra este filisteu. 1 Samuel 17:32

Davi ao ver a luta disse eu vou enfrentar. Isso lembra o profeta Isaías dizendo ao Senhor "eis me aqui envia-me a mim". 

3. - porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo o Senhor te entregará na minha mão. 1 Samuel 17:45,46

Davi tinha fé de que o Senhor entraria naquela peleja.

4. Preparo“Então, disse Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; e vinha um leão ou um urso e tomava uma ovelha do rebanho,e eu saía após ele, e o feria, e a livrava da sua boca; e, levantando-se ele contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria, e o matava. Assim, feria o teu servo o leão como o urso; assim será este incircunciso filisteu como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo. Disse mais Davi: O Senhor me livrou da mão do leão e da do urso; ele me livrará da mão deste filisteu. Então, disse Saul a Davi: Vai-te embora, e o Senhor seja contigo.” 1 Samuel 17:34-37 

Davi já havia enfrentado o leão e o urso quando ninguém o via, assim é o servo, prepara sua vida na oração, na Palavra, no jejum quando ninguém o vê.

5. Armas certas“escolheu para si cinco seixos do ribeiro” 1 Samuel 17:40 

Quiseram dar a Davi as armas de Saul, mas elas não serviram - “E Davi cingiu a espada sobre as suas vestes e começou a andar; porém nunca o havia experimentado; então, disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o experimentei. E Davi tirou aquilo de sobre si.”  1 Samuel 17:39 

Paulo nos mostra que "as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas" 2 Coríntios 10:4

CONCLUSÕES E APLICAÇÕES

Caro jovem, a vida será repleta de Gigantes a serem enfrentados. Lute contra eles, confiando e crendo no Senhor.

Se o seu Gigante é cursar uma boa faculdade, então estude, dedique seu tempo, vença os leões  e os ursos em secreto para estar preparado quando vier a grande "batalha".

Seu Gigante pode ser a preocupação com a vida profissional, então busque um bom currículo, faça bons cursos, se prepare para que Deus lhe dê a vitória.

Quem sabe seu Gigante é o desejo de ter um bom casamento na presença do Senhor, então ore, verifique quem é a pessoa com quem vai se envolver, vença os leões e os ursos das "paixões juvenis" e o Senhor lhe dará a pessoa adequada.

Muitas seriam as aplicações, mas o grande Gigante da sua vida será a "carne", o pecado, por isso prepare sua vida na oração, no conhecimento da Palavra, no jejum, na comunhão do corpo, na benção dos cultos para enfrentar esse Gigante e vencer.

Davi enfrentou o Gingante Golias a distância, e essa é a recomendação que o Novo Testamento nós dá quando se trata da carne "foge, também, dos desejos da mocidade" 2 Timóteo 2:22

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POR QUE ADONIAS ERA TÃO REBELDE?

POR ÁLVARO OSTROSKI
POR QUE ADONIAS ERA TÃO REBELDE?

"Então, Adonias, filho de Hagite, se levantou, dizendo: Eu reinarei. E preparou carros, e cavaleiros, e cinquenta homens que corressem adiante dele. E nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim? E era ele também mui formoso de aparência; e Hagite o tivera depois de Absalão" I Reis 1:5,6

A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

A família é a instituição mais antiga da terra, sendo fundada por Deus em Gênesis 1:27,28.

O servo de Deus é expressamente advertido que: "Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel" I Timóteo 5:8

A família é tão importante que dentro da santíssima trindade existe as expressões Pai e Filho.

A família é tão preciosa que Jesus é comparado com um esposo e a Igreja com uma esposa (Apocalipse 19:7-9 e Efésios 5:22-33).

Inclusive se o varão não governar  bem sua casa não está apto a ser ministro de Deus (I Timóteo 3:4,5).

Pois bem, o que veremos a partir de agora é o que pode ocorrer quando não se governa bem a família, quando não se prioriza o lar.

O REI DAVI

Davi, sem sombra de dúvidas foi um grande rei, é tido como o grande rei de Israel.

1. Foi Davi que conquistou a cidade de Jerusalém (II Samuel  5:6-10);

2. foi Davi que levou a arca para Jerusalém (II Samuel 6:12-17); 

3. foi Davi quem preparou o material para a construção do templo em Jerusalém (I Crônicas Cap. 22 ao Cap. 29);

4. foi com Davi que Deus fez uma aliança de que de sua descendência viria o Grande Rei de Israel (II Samuel 7:12-16), o qual sabemos que é Jesus.  

O PAI DAVI

Contudo um rei tão bom, foi um péssimo pai.

A beleza da Bíblia é de ser verdadeira, ela não esconde os erros dos homens, ela é transparente, límpida como águas tranquilas. 

O primeiro erro de Davi foi cometer adultério e mandar a morte o soldado Urias (II Samuel 11:2-17).

Isso gerou um efeito dominó que arruinou a família de Davi:

1. O filho que teve com Bete-Seba que era a mulher de Urias morreu com 7 dias (II Samuel 12:18-19);

2. Seu filho Amnom abusou sexualmente de sua irmã Tamar (II Samuel 13:1-14);

3. Seu filho Absalão furioso pelo ocorrido com Tamar mata seu irmão Amnom (II Samuel 13:26-29);

4. Seu filho Absalão  se rebela e tenta tomar o reino de Davi (II Samuel 15:1-14);

5. Seu filho Absalão acaba sendo morto (II Samuel 18:15);

A REBELDIA DE ADONIAS

Por fim, já na velhice Davi sofre com mais uma rebelião, agora de seu filho Adonias.

Percebamos que o grande problema de Adonias foi a má educação que seu pai, Davi, lhe deu (segundo erro de Davi).

O verso 6 de I Reis Capítulo 1 diz: "E nunca seu pai o tinha contrariado" em outras versões "seu pai nunca tinha lhe repreendido".

Adonias cresceu sem um acompanhamento de Davi, nunca o pai disse NÃO.

Isso o tornou um jovem presunçoso, prepotente e desrespeitoso.

Davi não seguiu o que Provérbios 13:24 ensina “O que retém a sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga.”

CONCLUSÃO

Aqui temos um ótimo ensino para o crente e principalmente para ministros da palavra e seus auxiliares.

Devemos cuidar da nossa casa tão bem o quanto cuidamos do Reino, afinal de contas nossa primeira igreja é nosso lar. 

Davi viu seus filhos cometendo horrores e nós não queremos isso em nossa família.

Tomo a liberdade aqui de dizer que por situações como estas é que no Novo Testamento vamos ter determinações como as contidas em I Timóteo 3:4,5 “que governe [ministros do evangelho] bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)”

Que amemos nossa família, zelemos por ela, cuidemos dela, ensinemos nossos filhos não somente com palavras, mas com o testemunho.
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